Notícias do XIII R’Gongo 2011

E finalmente chega o dia derradeiro - 14 de maio – Sábado.

Às 13 h do dia 14 de Maio deu-se inicio das atividades do último dia com Nina Fola, que saiu da cozinha, pois ela com uma equipe de mulheres do terreiro são as responsáveis pela saborosa moqueca que foi servida momentos depois da abertura, para dar as boas vindas aos presentes e fazer um relato dos acontecimentos durante os três dias anteriores do R’Gongo 2011, dando um destaque para atividade de Sexta Feira, pela importância do dia e pelas emoções que provocou na massa. Em seguida passou a palavra para o Assessor de Teologia da Comunidade Terreira Ile Axé Iyemonja Omi Olodo Olorode Oguiã Kallafor Prof. Jayro Pereira de Jesus que falou da importância desta celebração como recuperação do principio de ancestralidade e a relação entre mais novos e mais velhos dentro das comunidades de terreiro e importante momento de troca de saberes. 

Professor Jayro falou também da importância da retomada dos princípios Teológicos de Matriz Africana e apropriação deles pelos Pais e Mães de Santo como estratégia de fortalecimento dos terreiros e da luta contra a Intolerância Religiosa. Falou também da importância da atuação dos Jovens e adolescentes no espaço de terreiro, desejou um bom evento a todos e expressou a satisfação de estar presente em mais um R’Gongo. Em seguida passou a palavra à Baba Diba de Iyemonja para também dar boas vindas aos presentes e com um Afoxé acompanhado pelos Alabes e demais jovens do terreiro encerrar a abertura e servir a moqueca acompanhada dos demais pratos Afros baianos, momento tão esperado pelos R’gongueiros.

A comilança se entendeu até às 16 horas. Depois tivemos um momento ímpar com o Recital Poético “Garganta de Guerreiro” com Kdoo Guerreiro e Carol M.E.G.S e Direção de José Renato Lopes, que arrancou aplausos da plateia. Após teve um pequeno bate papo elucidativo com o ator e os presentes.



As 17:30 a comunidade terreira começa a organizar-se para a Sessão em homenagem às Pretas e Pretos Velhos que pontualmente às 18 horas iniciou-se com a chegada do Vovô Cipriano de Angola e Vovó Chica a terra. Vovô Cipriano deu Boas Vindas abençoando a todos, Saudou cada médium e cada Homem e Mulher (Salve nêgo!, Salve nêga!) convocando todos para a luta pelo respeito ao povo negro e sua ancestralidade. Vovó Chica pediu a todos e todas que primem pela coletividade e o direito a cidadania e ao fato de todos sermos irmãos e herdeiros de uma riqueza cultural e visão de mundo que somente através da resistência poderá continuar sendo preservada.

Após boas vindas do Vovô e da Vovó os momentos que se seguiram foram de muita emoção, a entrada do Reisado de R’Gongo com o Rei e a Rainha escolhidos pela comunidade, Ojebysi e Abiàse com sua corte. A dança dos Orixas do ano é um cartão de visita da casa. Interpretada pelas jovens do terreiro Osun - Osun Toki, Xango - Obarain e Osala – Odé Fayó dançaram ao som dos tambores tocado pelo Oga-Alagbe Aiyonniyi. Vovo Cipriano e Vovó Chica então chamaram os demais Pretos e Pretas velhas para participarem da festa. 

Em seguida a apresentação das Jovens do Terreiro numa emocionante coreografia ao som da música “Orgulho de Zumbi” interpretada pelo Grupo Bom Gosto. O coral do CECUNE – Centro Ecumênico de Cultura Negra foi o ponto alto das apresentações no seu 13º ano de participação arrancou aplausos, lágrimas e ovacionamentos dos presentes inclusive dos Pretos e Pretas Velhas. Após apresentação Vovô Cipriano presenteou-os com o Livro “Cavalo de Santo” Religiões Afro-Gaúchas da fotografa Miriam Fitchner e agradeceu a participação do coral. Como não podia deixar de ser, encerraram-se as apresentações com uma Roda de Capoeira e Samba de Roda comanda pelo contramestre de Capoeira, Baba Egbe do Terreiro Guto Oba Femi do Africanamente Escola de Capoeira Angola que fez até os pretos e pretas velhas caírem no Samba de Roda. As caboclas das Aguas encerraram o R’Gongo 2011 energizando a todos e em seguida foi servido o Ajeun “Comida de Pretos e Pretas Velhas”.