09 junho, 2009

REALIZADA CONSULTA EM BRASÍLIA

CONSULTA NACIONAL DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS PARA II CONAPIR

Foi realizada a consulta nacional das Comunidades Tradicionais em Brasília promovida pela SEPPIR – Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial. Oitenta e uma lideranças de Terreiro de todo o Brasil participaram da Consulta, além das Comunidades de Quilombo, Indígenas e Ciganos. O diferencial da consulta específica é que ela representa uma vitória destes movimentos já que na I Conapir, pelo menos os Terreiros não tiveram espaço, inclusive para ter visibilidade na conferência foi feito um ato de quebra de protocolo no momento do pronunciamento do Presidente Lula. Já na II Conapir é garantido a Presença em Massa das Comunidades Tradicionais de Terreiro e demais comunidades tradicionais, acentuado-se a importância da ancestralidade e legitimando a lutas dos Religiosos de matriz Africana que defendem que Religião de Matriz Africana deve ser Eixo para Conferência de Promoção da Igualdade Racial.


Do Rio Grande do Sul foram indicadas 03 lideranças de importante atuação em defesa das Religiões de Matriz Africana em todos âmbitos: Iya Vera Soares de Oiyá Laja Coordenadora do FORMA-RS –Fórum das Comunidades Tradicionais de Mariz africana pela Segurança Alimentar, Baba Diba de Iyemonja - Conselheiro da CEDRAB-RS – Congregação em defesa das Religiões Afro- Brasileiras do RS e integrante do FORMA-RS e iYá Carmem de Osala da Assobecaty de Guaíba e também integrante do FORMA-RS.


As três lideranças do RS defenderam as novas propostas retiradas em plenária do Fórum RS e cobraram a implementação das propostas da I Conapir, já que o quadro de intolerância religiosa no nosso estado continua se agravando. Após I Conapir, não houve avanço na questão de seguridade social e nem na questão de territorialidade de terreiros que em sua maioria são fruto de área de invasão ou herança da família, sendo utilizadas sempre propriedades particulares para o exercício do culto. As dificuldades para retirada de Alvarás e Institucionalizar os terreiros têm sido muito grandes, por conta da irregularidade territorial, enfraquecendo a defesa contra intolerância religiosa. Uma proposta acolhida pela maioria das lideranças em plenária, foi a Proposição do Ogã Marcos Rezende do CEN Brasil, que propôs a criação do Fórum Nacional das Comunidades de Matriz Africana, uma ação importantíssima que dará voz aos terreiros do Brasil numa interlocução com todas as esferas governamentais e uma grande estratégia no combate a intolerância religiosa. "Nesta ação, o que é consenso, é que nossas instituições e nossos partidos são os terreiros. As organizações que atuam a nível nacional são muito importantes em muitas conquistas no campo político, porém , as lideranças de Matriz Africana precisam ser agentes nas suas lutas, sair das limitações do terreiro e expressar suas necessidades do Oiapoque ao Chuí.Vivemos um momento em que cada terreiro em sua soberania tem que ter voz e sair da invisibilidade “afirma Baba Diba de Iyemonja -RS.


A delegação do RS conseguiu garantir sua participação na Conferência nacional que se realizará nos dias 25, 26 e 27 de junho de 2009. Precisamos sim, colher grandes resultados nesta conferência para transformar as propostas em ações, firmando acordos com outros setores do governo para melhorar as políticas para o nosso povo e também para o Fortalecimento da SEPPIR como único órgão que abre as portas para que a igualdade racial se estabeleça no Brasil e dar a voz para as minorias excluídas retirando-os da invisibilidade que o racismo impõe.

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