24 outubro, 2008

QUESTÕES NEGRAS


RELIGIÃO AFRO ASSOCIADA AO CRIME
Os presidiários do Presídio Hélio Gomes, do Complexo Penitenciário da Frei Caneca, no estado do Rio de Janeiro, adeptos das religiões afro-brasileiras, em geral, são perseguidos e estigmatizados na cadeia como representantes da "religião do diabo" pelos guardas, que associam os evangélicos à "religião do bem". Por causa disso, lhes são negados assistência religiosa ou impedidos de exercerem o culto afro, em desacordo com a Constituição brasileira que estabelece a liberdade religiosa. A constatação foi feita pelo cientista social Anderson Moraes Castro e Silva, que lançou recentemente o livro Nos braços da lei: o uso da violência negociada no interior das prisões, onde analisa os acordos e negócios previsíveis ou ocultos entre o sistema, os guardas e os presidiários.

NEGROS NAS RUAS CAUSAM MUDANÇAS
Em geral, quando os negros saem para às ruas, as mudanças no sistema público têm resposta quase que imediata. Depois do marcha de 1995, em Brasília, o governo Fernando Henrique Cardoso criou o GTI para discutir políticas públicas para os negros. Antes, em 1988, o então presidente José Sarney criou a Fundação Cultural Palmares, após outra marcha negra. Após participarem da campanha presidencial, em 2002, os negros viram o governo federal criar o primeiro ministério afro da história, a Seppir. No Rio de Janeiro, após a marcha de 1988, o governo municipal criou o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos dos Negros (Condedine).

OS "INFILTRADOS" ENTRE OS AFRO-BAIANOS
Há 210 anos, no meio dos soldados, ambulantes, carregadores, alfaiates e escravos - que fizeram a chamara Revolta dos Alfaiates ou Revolução dos Búzios, em Salvador - estavam setores brancos da elite intelectual da época. Eram os maçons, que, secretamente, através da " Cavaleiros da Luz" - considerada a primeira loja maçônica do Brasil - se infiltraram no meio da gente negra para incentivar, encorajar e organizar a revolta contra o absolutismo português, usando, por conseguinte, o ideário liberal da Revolução Francesa de 1789.

O GRANDE "CRIME" DOS IRMÃOS REBOUÇAS
Em 1870, após participarem da Guerra do Paraguai, os irmãos afrodescendentes Rebouças (André e Antonio), referências da engenharia civil do império, ficaram sensibilizados pelo drama popular: a cidade do Rio de Janeiro vivia momentos tensos com a falta de água devido às secas e a ineficiência do chafariz do Largo da Carioca. Eles tomaram iniciativa de atender aos apelos populares e convenceram o imperador Dom Pedro II da possibilidade minorar a crise. O resultado: em menos de um mês, eles acrescentaram 2 milhões 800 mil litros diários de água ao sistema de abastecimento da cidade, através de estudos pioneiros de engenharia, resolvendo, assim, por longas décadas, a crônica falta de água no Rio de Janeiro.

AS " DUAS" CORES DE MACHADO DE ASSIS
Machado de Assis, nosso maior escritor, passou o resto da vida preso a um drama de forte impacto psíquico: ser negro ou branco ? Durante sua vida, o escritor se comportava como não fosse afrodescendente. Os pais e parentes de sua mulher branca nunca aprovaram o casamento.

O NEGRO NA POLÍCIA MILITAR
Apesar de pertencerem a tropa mais letal do Brasil, os negros são cerca de 60% dos 40 mil servidores da Polícia Militar do Rio de Janeiro, que, em 2009, completa 200 anos. Nesta instituição repressiva, aparentemente, os negros ascendem, pois, nos últimos 20 anos, em diferentes momentos, três negros comandaram a tropa. Os oficiais negros chegam hoje a 42%.

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